Os
grãos de kefir são colônia de bactérias e leveduras. Não se sabe exatamente como e onde
surgiram e até hoje ninguém conseguiu produzi-los senão a partir de um pedaço
da colônia já existente.
HISTÓRIA DO KEFIR
O
nome kefir, ou quefir, vem do turco keif, que significa bem-estar, vida
saudável.
Também
conhecido como “grãos do profeta”, o kefir surgiu na região montanhosa do
Cáucaso, há mais de 4 mil anos.
Cáucaso, o berço do kefir
Diz
a lenda que Mohammed deu grãos de kefir para os povos ortodoxos e lhes ensinou
como preparar. Os Grãos do Profeta eram considerados como parte da riqueza da
família e foram passados de geração em geração.
Dessa
forma, durante séculos o povo do norte do Cáucaso se alimentou com kefir sem
compartilhá-lo com ninguém.
Outros
povos ocasionalmente ouviam contos estranhos sobre esta bebida incomum que
tinha “propriedades mágicas” e Marco Polo a mencionou nas crônicas de suas
viagens no Oriente.
No
entanto, fora do Cáucaso o kefir foi esquecido por séculos, até que a notícia
de seu uso para o tratamento da tuberculose em sanatórios e doenças intestinais
se espalhou. Os médicos russos queriam utilizá-lo em seus pacientes, mas
era extremamente difícil de obter os grãos e assim sua produção comercial não
era possível.
Foi
então que, por volta de 1800, os irmãos Blandov, que tinham uma fábrica de
queijo na rússia, foram contratados pelo governo russo para conseguir os grãos
dos caucasianos. Nikolai Blandov enviou sua bela funcionária Irina
Sakharova à corte de um príncipe local, Bek-Mirza Barchorov. Ela foi instruída
a seduzir o príncipe para conseguir alguns grãos.
O
príncipe se encantou pela jovem Irina, mas não estava disposto a entregar a ela
seus “Grãos do Profeta”. Irina, percebendo que não iria conseguir cumprir sua
missão, foi embora.
No
entanto, no caminho de volta para casa, Irina foi sequestrada a mando do
príncipe. Desde que era um costume local roubar uma noiva, Irina teria que se
casar com Bek-Mirza Barchorov.
Após
uma ousada missão de resgate montada por agentes de dos irmãos Blandov, Irina
foi salva do casamento forçado e recebeu como recompensa pelos insultos que
tinha sofrido dez libras em grãos de kefir.
E
só assim os primeiros grãos de kefir entraram na Rússia em 1808 e se espalhou
pelo mundo e, semana passada, chegou na minha casa.
OS BENEFÍCIOS DO KEFIR
O
nosso trato gastrointestinal é colonizado por diversas bactérias, que é chamado
de “flora intestinal”. Esses microrganismos atuam em funções fisiológicas
essenciais para nosso organismo.
É
normal que em nossa flora intestinal nem todas as bactérias sejam benéficas. Um
organismo equilibrado teria em torno de 85% de bactérias boas e 15% de
bactérias ruins.
Entretanto,
alguns fatores podem reduzir o número de bactérias benéficas e aumentar as
bactérias ruins, como alimentação desequilibrada, estresse, uso de antibióticos
com frequência e doenças.
Alimentos
que contém bactérias vivas, como iogurtes e kefir, são probióticos. Eles
estimulam a proliferação das bactérias benéficas em detrimento das bactérias
prejudiciais, equilibrando a flora intestinal e reforçando os mecanismos de
defesa do nosso corpo.
Os
benefícios do kefir variam de acordo com a quantidade de grãos e tempo que
fermentam. Alguns usuários relataram que o kefir fermentado por 12 horas solta
muito o intestino; se fermentado por 24 horas regula o intestino e é ideal
para quem tem problema de constipação intestinal. Já o kefir fermentado durante
36 horas prende o intestino solto. Quanto ao sabor, quanto mais tempo
fermentando, mas ácido fica.
SORO DE KEFIR: O “WHEY PROTEIN” CASEIRO
O
whey protein, consumido por quem malha e quer aumentar a massa muscular, nada
mais é do que o soro do iogurte processado e transformado em pó. O soro do
kefir é ainda mais nutritivo. Para conseguir esse soro, é necessário deixar o
kefir de leite coando em um pano de prato ou coador de café por algumas horas.